sexta-feira, 31 de agosto de 2007
Coisas pequenas (V)
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quinta-feira, 30 de agosto de 2007
Raparigas "entristadas"
Unicornio*
Mi unicornio azul ayer se me perdió,
Sílvio Rodriguez, Exitos de la Nueva Trova
*“UNICORNIO vio la luz com el título de “Noticia”, pues a Sílvio se le ocurrió divulgar la belleza de su reclamo, al estilo de un anuncio clasificado, pêro el público la rebautizó definitivamente.”
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Etiquetas: Perdas e ganhos
O fogo
Mas pior que isso é perceber hoje que se calhar também nós, na fuga, podíamos simplesmente escolher um caminho errado.
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quarta-feira, 29 de agosto de 2007
(Co)existência
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Quotidiano(s)
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terça-feira, 28 de agosto de 2007
Sentires subterrâneos*
Penso que se não fosse a Internet e agora os blogs não era possível uma rede tão larga de partilhas de palavras, sentires, emoções, pensamentos. Mas, para mim, tem limites. É o grau zero, não da escrita mas da troca, da comunicação, no primeiro sentido do termo: pôr em comum.
Penso ainda que há um país que fervilha nesta actividade, um país de que se fala pouco nos jornais, na televisão (aquela para quem alguns é uma forma de existir, quase exclusiva. Não passa na televisão? Então, não existe!)
As cumplicidades assim tecidas, ficam numa dimensão etérea. Por mim preciso de sentir de perto, de tocar, de ouvir, de ver, de rir ao mesmo tempo, de sintonias simultâneas.
O meu avô materno, que tinha uma personalidade um tudo nada autoritária, se não mesmo fascista, era um profundo admirador de Salazar e nunca se recompôs do 25 de Abril. Esse mesmo avô, mandava os filhos e filhas apanharem a fruta das árvores da quinta e depois deixava-a apodrecer impedindo-os de comer, esse mesmo avô nunca me deu um beijo, esse mesmo avô costumava dizer, cinicamente, que quanto mais conhecia as pessoas mais gostava dos cães.
Pois eu sou exactamente ao contrário. Sem ingenuidades, nem hipocrisias, continuo a gostar muito de descobrir pessoas e a achar que quando valem a pena é bom tê-las por perto.
*No sábado passado, o meu amigo V. deu-me a ouvir uns Srs. desconhecidos para mim, que muito gostei de "conhecer" e que me acompanharam neste bocadinho de escrita: Tord Gustavsen Trio, The Ground, ECM, 2004
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Etiquetas: Pessoas
Hanna Arendt
Gosto de lê-la e de pensar no que escreveu e no que pensou. “Agarrei” duas frases sobre um termo que se tornou quase incontornável nos tempos que correm nas sociedades ocidentais: crise. De valores, das instituições, dos casamentos, das relações pais-filhos, do Estado-Providência, da democracia, das vidas dos indivíduos, de todos nós, da adolescência, da meia idade…enfim, a crise generalizada.
Em 1961, ela escrevia então:
“a crise tem sempre como efeito fazer cair máscaras e destruir pressupostos”. Positivo efeito, pois.
E, mais adiante assumia que:
“uma crise só se torna desastrosa quando lhe pretendemos responder com ideias feitas, quer dizer, com preconceitos. Esta atitude, não apenas agudiza a crise como faz perder a experiência da realidade e a oportunidade de reflexão que a crise proporciona.”
ARENDT, Hanna, (1961), “A crise na educação”, in Revista de Educação, vol.V n°2, Lisboa, DE/FCUL, 1996, pp.124-134
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Cristina Gomes da Silva
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Bonecos
Em Praga eram lindos os bonecos de todos os tamanhos e cores que nos espreitavam em qualquer canto da cidade. Tenho fascínio por eles. Cruzei-me anos e anos e de quando em quando com o mestre Filipe das Marionetas, um homem que tinha deixado um cargo sólido e seguro e de ordenado garantido numa multinacional da área da informática pela vertigem e insegurança dos bonecos e do teatro de rua. Agora já não o vejo há muito, mas como espectador ou participante deve estar no «VI Festival Internacional de Máscaras e Comediantes» que se realiza no Castelo de S. Jorge em Lisboa, de 23-08-2007 a 09-09-2007 , de quinta a domingo, às 22h00.
Gostaria muito de ver, por exemplo, a companhia do Centro Cultural do Mindelo, que irá apresentar "O Doido e A Morte" de Raul Brandão. Mas deve haver mais, muito mais. E estes bonecos precisam de espectadores.
~CC~
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Coisas pequenas (IV)
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segunda-feira, 27 de agosto de 2007
Guarda-rios e estuários (XII)
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Mulheres de coragem.
Conta-se que era uma mulher de coragem. Certo dia percorria, ao anoitecer, um caminho, por entre os montes, que ligava a aldeia do marido à sua terra natal. Por única companhia tocava um burro que carregava alguns haveres. Numa encruzilhada, num lugar ermo, foi rodeada por cinco lobos que se sentaram imóveis à sua volta. Deixou o burro e, devagarinho, foi avançando alguns metros. Ao ver que os lobos não se mexiam e, como seria de esperar, não se lançavam sobre o burro para o comer, voltou atrás e, como que pedindo licença aos bichos que não deveriam ter fome nesse dia, pegou nas rédeas do companheiro de jornada para, de mansinho, continuarem ambos o caminho.
Ficou a história para contar aos filhos que agora podem levar os netos, que mal a conheceram, ao mesmo lugar ermo e dizer: "foi aqui que a avó ficou rodeada de lobos".
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Eduardo Prado Coelho
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domingo, 26 de agosto de 2007
Coisas pequenas (III)
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O tempo
Fazia muito tempo que tinham abandonado a terra quente. A sua África. Pensava nela às vezes a propósito de alguma notícia de jornal. Pensava. Mas sentir achava que nunca tinha deixado de a sentir. Quente, mansa, por debaixo da pele, à frente dos olhos quando conseguia fechá-los e descansar. Um descanso estranho, agitado, procurado nos momentos de angústia. Sabia da habilidade do tempo para esculpir memórias, rostos, paisagens e sabia que jamais poderia recuperar o passado deixado atrás dela. Talvez por ser um passado que tinha sido presente demasiado cedo. Assim como se fosse um passado prematuro. Mesmo assim, teimava em acordá-lo todas as noites. Amodorrado, encostado numa curva da memória, ele insistia em ficar onde estava, não se deixava agarrar. Tinha cumprido o seu papel, estava amarelecido, as rugas eram já indeléveis, como as de um velho pergaminho e sabia que, mesmo que ela quisesse muito, jamais poderia ser (re)escrito. Que o deixasse ficar quieto, cansado de guerras e viagens e afrontas feitas por um presente que o tinha traído, porque o futuro cantado em amanhãs impossíveis não tinha chegado.
Agora era chegado o momento de partir. Sobretudo de partir de si. A viagem estava próxima, a mala estava quase pronta, as despedidas quase todas feitas, tinha tomado todas as vacinas, todas, menos uma. Tinha calcorreado todas as farmácias, tinha consultado vários especialistas, tinha conversado com muitos amigos, mas sabia de certeza segura, daquela certeza com que são feitas todas as incertezas, que não estava preparada para o reencontro com as dolorosas marcas que o tempo tinha deixado na sua memória. A esperança era a única bagagem legítima e as lágrimas que antecipavam a emoção do reencontro a única forma de purificar o olhar.
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Etiquetas: Tempo
Coisas pequenas (II)
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Coisas pequenas (I)
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sábado, 25 de agosto de 2007
Todas elas
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Os caminhos da minha infância...
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Etiquetas: Imagens
sexta-feira, 24 de agosto de 2007
Buenos Aires, 24 de Agosto de 1899
Para quem passa...e, detendo-se, lê.
Soy
Jorge Luís Borges
Soy el que sabe que no es menos vano
que el vano observador que en el espejo
de silencio y cristal sigue el reflejo
o el cuerpo (da lo mismo) del hermano.
Soy, tácitos amigos, el que sabe
que no hay otra venganza que el olvido
ni otro perdón. Un dios ha concedido
al odio humano esta curiosa llave.
Soy el que pese a tan ilustres modos
de errar, no ha descifrado el laberinto
singular y plural, arduo y distinto,
del tiempo, que es uno y es de todos.
Soy el que es nadie, el que no fue una espada
en la guerra. Soy eco, olvido, nada.
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O teu dia...
Por vezes acontece-me não sentir especial empatia com algumas pessoas nos primeiros encontros. Penso tratar-se de um qualquer mecanismo de defesa que me avisa: "tem cuidado, se te aproximas ficas ligado por um qualquer elo invisível". Felizmente, algumas vezes, não dou ouvido ao tal mecanismo e acabo por ficar ligado com quem, inicialmente, não simpatizei muito. Aos poucos vou conhecendo melhor essas pessoas, mesmo as que teimam em proteger os seus corações, de proporções avantajadas, por carapaças de mau feitio. De uma maneira geral penso que quanto mais grossas é a carapaças maior é o coração que tentam esconder e assim raramente o conseguem fazer por muito tempo ou de toda a gente. Aos poucos apercebo-me do privilégio e sorte que é poder contar com a sua amizade e formulo desejos de poder guardar essas amizades por muitos e muitos anos.
Não sei como eras há 10 anos, mas ainda bem que te conheço hoje.
Parabéns Cristina!
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O teu dia
Cruzei-me com ela sem a ver. Demorei tempo a reparar nela ou demorámos. E não consigo saber o momento em que o olhar se demorou nesse anteceder da amizade. Lembro-me que a cumplicidade foi chegando devagar, como se fora uma planta que só ao fim de algum tempo nos traz a flor.
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quinta-feira, 23 de agosto de 2007
10 Anos*
Há dez anos atrás eu era outra. Pior, julgo. Menos generosa, menos desprendida, menos preparada para os outros. Primeira filha, primeira vez mãe. Um frio no estômago trazido pelo medo de falhar, de não estar à altura. Mas o amor pode tanto que me assombro. Uma assombração feita de luz e pó de estrelas.
Olho-a e vejo a promessa de uma bela mulher, mas no fundo dos meus olhos, bem lá no fundo, lá onde o olhar conflui com as linhas do coração, não deixarei nunca de vê-la como aquela bebé pequenina e enrugada que saiu de mim. O cheiro dela, não esquecerei nunca. Os sustos, as angústias, as saudades quando não está, estando sempre de qualquer modo. A cumplicidade que começa a despontar e o profundo encontro na troca de olhares. As confidências, os medos, a confiança dia-a-dia construída. Um caminho. Uma linha de traços descontínuos. Como a vida. As zangas, as discussões e depois os abraços profundamente sentidos, as lágrimas de alegria saídas daquele olhar de veludo, quando a paz regressa. A normalidade reposta. Não no sentido em que se cumprem normas, mas no sentido do respirar, do pulsar cadenciado dos sentimentos suaves, que têm por lastro fortes nós que nos unem.
Hoje é o teu dia, parabéns e obrigada por existires assim, tal como és.
*Escrito ao som de The Köln Concert de Keith Jarrett, (1975)
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segunda-feira, 20 de agosto de 2007
Ainda as meninas de férias
Uma borboleta veio saudar a menina mais crescida... enquanto a outra olhava bem nos olhos um peixinho vermelho.
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Etiquetas: férias
domingo, 19 de agosto de 2007
Diálogo (in)sólito: o meu corpo e eu
Ele: Obrigada por esta tarde.
Eu: De nada.
Ele: Que macambúzia que estás, nem quiseste saber porque te agradeci.
Eu: O quê?
Ele: Sim, agradeço-te por me teres trazido um pouco de paz. Ouves-me? Às vezes não consigo agarrar-te.
Eu: Desculpa, tens razão, devia ouvir-te mais vezes
Ele: Gostei das mãos dela. Descansaram-me e abriram-me as portas para fugir um bocadinho de ti. Às vezes não me dás tréguas. Gostei dela. E tu?
Eu: Também gostei, é uma mulher forte
Ele: Tu e as mulheres fortes…, pois eu, achei-a suave mas determinada.
Eu: Concedo. Mas eu diria antes que é telúrica na sua brandura. Assim como a terra que se move sem darmos por ela.
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sábado, 18 de agosto de 2007
Agosto
"...Tu nem sequer imaginas como podem acabar subitamente certos Agostos que esbarram contra um Setembro temporão, como um automóvel contra uma árvore, e se encarquilham, esmorecem como uma concertina sem fôlego. Tanta bazófia na canícula da Assunção ou quando o céu nocturno solta os fogos-de-artifício de São Lourenço e os sentidos parecem tão repletos e a vida uma caverna de abóbadas altíssimas, quatro gotas de chuva, porém, o tempo de um corisco, e basta um só dia para engolir esse mês inchado e convencido... A vida também é assim, é como Agosto, dás-te conta que se finou num abrir e fechar de olhos, quando menos esperas, o elástico encolhe e nunca mais voltará a esticar(...)"p.53
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sexta-feira, 17 de agosto de 2007
Caminhos centenários de Miguel Torga
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quinta-feira, 16 de agosto de 2007
domingo, 12 de agosto de 2007
sábado, 11 de agosto de 2007
sexta-feira, 10 de agosto de 2007
quinta-feira, 9 de agosto de 2007
A minha terra...
A minha terra é um pequeno lugar na serra de Bornes. Chama-se Covelas, terra fria e com grandes castanheiros. Pertence a uma freguesia chamada Sambade no concelho de Alfândega da Fé, em Trás-os-Montes.
Penso que sempre serei de Covelas, mesmo que tenha vivido lá apenas alguns anos. É para lá que vou dentro de dias, reencontrar tudo o que me liga aos que já partiram mas também rever alguns familiares que, este ano, não vi tanto como gostaria.
(*) Raul Coelho é a pessoa que conheço que melhor consegue captar as paisagens e as gentes de Trás-os-Montes com uma máquina fotográfica. Podem ver o seu trabalho em (http://olhares.aeiou.pt/utilizadores/detalhes.php?id=5674)
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Parque das estátuas...




Em vez de as derreter, levaram-nas para um parque a alguns quilómetros de Budapeste.
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Terra (II)
Esta é também a minha terra, achei-a asim tão bem descrita por este rapaz que se dedica ao mel e que não conheço. E senti-a assim batida pelo vento forte de cheiro a maresia, demorei muito a gostar dela. Amei-a nas palavras de um avô que recitava António Aleixo e coleccionava vasos de cravos e cravinhos cujas cores estudava e inventava pela intuição da química. Vivia a sonhar a revolução que já tinha afinal chegado. Mestre terra, de olhos salgados e poucas falas. O mais improvável que podia acontecer era o nosso encontro, o do mestre a despedir-se da vida activa e da criança triste, sem norte. Mas aconteceu, ensinou-me a gostar de laranjas e de xarém e fez-me sentir que eu era mais que um nada, se quisesse, podia ser quase uma flor. Era o que eu precisava para seguir o caminho.
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quarta-feira, 8 de agosto de 2007
Mais cidade que sexo
Há textos que deixam qualquer gordo satisfeito... Parabéns Samantha, o texto está... delicioso!
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Terra
Nos momentos de maior lucidez preocupo-me com a missão, o trabalho que lá irei desenvolver. Mas os momentos sem essa lucidez são atravessados pela memória dos elefantes. Eles passam dentro dos meus olhos devagar, como num caminho pela Savana, vão em busca da água.
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Ir e voltar...

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terça-feira, 7 de agosto de 2007
Apanhada pela Sombra*
Foi o que me aconteceu com este livro. Devia estar avisada se tivesse estado atenta aos caracteres miudinhos (como nos contratos comerciais, ou nos das companhias de seguros, ou nas inúmeras advertências que nos fazem em sussurro e às quais não ligamos muito) impressos na capa “Uma história inesquecível sobre os segredos do coração e o feitiço dos livros”. Ative-me só ao título, foi ele que me apanhou – acontece-me muito ficar presa a um bom título, mesmo que não conheça o autor – boa estratégia de marketing, sem dúvida.
Na verdade, não liguei muito aos segredos do coração e preferi deixar-me enfeitiçar outra vez, como de tantas outras vezes. Foi tiro certeiro, passou a povoar-me os sonhos e o sono, procuro a sua companhia em qualquer momento e ele lá está à minha espera, certo do sortilégio em que conseguiu enredar-me. Mas o autor também nos alerta para isso quando nos diz que os livros são espelhos para quem os lê…
Um dos meus personagens preferidos chama-se Fermín Romero de Torres e é da sua boca que saem estas frases:
“O destino costuma estar ao virar da esquina. Como se fosse um gatuno, uma rameira ou um vendedor de lotaria: as suas três encarnações mais batidas. Mas o que não faz é visitas ao domicílio. É preciso ir atrás dele.”p.241. Conhece bem a vida e as suas redes, feitas de nós e laços, o homem que escreveu estas palavras.
*Falo-vos d’A Sombra do Vento, de Carlos Ruiz Zafón, D.Quixote, 2004.
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segunda-feira, 6 de agosto de 2007
Postal de aniversário
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domingo, 5 de agosto de 2007
Em boas companhias
Amanhã é dia de piscina. Aquela bela piscina da Rua de S.Bento. Das enormes vidraças o olhar consegue chegar ao céu e quando saímos há um odor doce que se desprende das tílias do jardim que a envolve.
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sexta-feira, 3 de agosto de 2007
Portugal
País "ciclotímico", certamente, que exagera no fado como no fandango. Capaz da maior generosidade como do maior fechamento. Clausura, até, do respirar.
Impressiona-me uma frase de Camilo Mortágua, embora a situação descrita não seja nova (Manuel da Fonseca descreveu-a bem), "Os trabalhadores rurais ainda iam à praça. Juntavam-se no largo de Manique e os agrários iam lá contratá-los. Primeiro os mais possantes". Como gado, como escravos fora(?) do tempo, digo eu.
Leio ainda um dos títulos de 1ª página do DN "Empregos que portugueses não querem, legalizam imigrantes", a acompanhá-lo a fotografia de um menino negro com um ar bem disposto e um olhar cheio de promessas. Porquê, os portugueses são todos brancos? Indesejáveis desatenções nos tempos que correm.
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quinta-feira, 2 de agosto de 2007
"Um comunista zen"
Na minha memória “aprisionei” duas frases, só duas, mas é preciso ler os livros. Ora vejam lá se não são belas. A dada altura o jornalista pergunta-lhe o que é a poesia e ele responde mais ou menos isto “A poesia… é qualquer coisa trazida pelo vento” e, mais adiante a confissão “Eu amo as palavras, as palavras são um continente maior do que as imagens”.
E ele imagina tão bem.
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Mathilde Santing
Dayton, Ohio -1903
Sing a song of long ago
when things were green
and movin’slow
and people’d stop tot say hello
or they’d say hi to you.
“Would you like to come over for tea
with the missus and me?”
It’s a real nice way
to spend a day
in Dayton, Ohio
on a lazy Sunday afternoon
in 1903.
Let’s sing a song of long ago
when things could grow
and days flowed quietly.
The air was clean
and you could see
and folks were nice to you.
“Would you like to come over for tea
with the missus and me?”
It’s a real nice way
to spend a day
in Dayton, Ohio
on a lazy Sunday afternoon
in 1903.
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Etiquetas: Música
(Re)leituras de Verão
Gosto muito de regressar aos livros de que gosto. Assim, como fazemos com os amigos que não vemos há muito tempo: pegamos no telefone e ligamos - "Então, há novidades?" - "Não, era só para saber de ti, se ainda estavas por aí"; - "Claro! Temos de nos encontrar um dia, mas fiquei contente por teres ligado"...e por aí adiante. Com os livros é parecido. Hoje apeteceu-me falar com (d)este:
"Brilha o céu, tarda a noite, o tempo é lerdo, a vida baça, o gesto flácido. Debaixo de sombras irisadas, leio e releio os meus livros, passeio, rememoro, devaneio, pasmo, bocejo, dormito, deixo-me envelhecer. Não consigo comprazer-me desta mediocridade dourada, pese o convite e o consolo do poeta que a acolheu. Também a mim como ao Orador amarga o ócio, quando o negócio foi proibido. Os dias arrastam-se, Marco Aurélio viveu, Cómodo impera, passei o que passei, peno longe, como ser feliz?"
in, Mário de Carvalho, Um Deus Passeando Pela Brisa da Tarde, Ed. Caminho, 1994
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quarta-feira, 1 de agosto de 2007
Férias...*
Férias, definições mais ou menos consensuais:
1) dias de suspensão dos trabalhos oficiais;
2) folga;
3) descanso, repouso.
Primeiro dia, então, de "suspensão dos trabalhos oficiais".
Restam os oficiosos:
1) polir umas mesas antigas com uma moderna lixadora eléctrica;
2) retocar pinturas suspensas desde as últimas férias;
3) visitar exposições que ainda estejam à nossa espera
4) deambular pelos jardins da cidade
5) (re)buscar um tempo para amar
6) voltar a procurar o teu olhar e tentar descobrir brilhos antigos
Não me parece, pois, que seja lá um grande descanso, embora também não me canse. Talvez porque "quem corre por gosto não cansa".
*Em fundo, na telefonia sem fios, uma versão inglesa de Solo le pido a dios, que ouvi vezes sem conta na voz de Mercedes Sosa
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Etiquetas: férias