sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Portugal

Leio no Público de hoje uma reportagem sobre Torre Bela. Pergunto-me que país é este, capaz destas intestinas revoltas sem alicerces (talvez seja esse o problema; são revoltas, reformas, mas nunca revoluções) e que depois se refugia em condomínios fechados, fechando os olhos ao futuro que ficou/está por fazer. Deixo que a memória me leve até às falas do Príncipe de Salina...

País "ciclotímico", certamente, que exagera no fado como no fandango. Capaz da maior generosidade como do maior fechamento. Clausura, até, do respirar.

Impressiona-me uma frase de Camilo Mortágua, embora a situação descrita não seja nova (Manuel da Fonseca descreveu-a bem), "Os trabalhadores rurais ainda iam à praça. Juntavam-se no largo de Manique e os agrários iam lá contratá-los. Primeiro os mais possantes". Como gado, como escravos fora(?) do tempo, digo eu.

Leio ainda um dos títulos de 1ª página do DN "Empregos que portugueses não querem, legalizam imigrantes", a acompanhá-lo a fotografia de um menino negro com um ar bem disposto e um olhar cheio de promessas. Porquê, os portugueses são todos brancos? Indesejáveis desatenções nos tempos que correm.

2 comentários:

CCF disse...

Guardei a reportagem para saborear mais tarde, já o filme tenho pena que saia em breve e não o consiga ver :). Vejo a tua Lisboa de Agosto no que vais escrevendo.
~CC~

Cristina Gomes da Silva disse...

Continua a enviar postais. Até agora chegaram todos. Bj