segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007

E ainda...

Ainda estou aqui, embora um pouco esmagada pelos excessos das campanhas, incapaz de vir deitar achas numa fogueira cujo lume já pouco me diz.
Penso muitas vezes nos argumentos dos que dizem "não", não sei se os respeito, mas procuro escutá-los. Mas não compreendo esta defesa da vida como coisa biológica, afirmação celular, circunstância que tem que a todo o custo emergir. Deparo-me com vidas já existentes em tudo carentes de protecção e não os vejo lá. Hoje, uma imagem da Serra Leoa (creio que era RTP África...) atravessou, na sua imensa violência, o meu olhar e tive que desligar a televisão que tão pouco ligo. Era simplesmente uma criança de uns 10/12 anos a ser violentamente espancada por um adulto armado nas ruas esburacadas de uma cidade, aquela criança provavelmente morreu e quem a filmava deve ter manchado de lágrimas a lente da câmara. Vejo-as também despojadas de quase tudo aqui neste país, num dos bairros ditos "sociais" com os quais me cruzo. Estas vidas também precisam de defesa e não oico as vozes que agora tão alto se fazem ouvir. Provavelmente não é nada disto que está em discussão, dirão os mais legalistas...mas eu que me vicio na escuta dos outros mesmo quando os outros não são nada do que eu sou, eu divago a propósito disto a outros lados pelos quais a minha viagem também passa quando passa por aqui.
~CC~

2 comentários:

Anónimo disse...

Ainda bem que alguém pensa como eu.
Depois desta campanha nunca mais se vai ouvir o não a defender o que quer que seja.
Hipócritas de um raio!
Ando zangada.

CCF disse...

Ainda há esperança...
A ver vamos!
Restarão sempre os laços que criámos, elos que ficam para novas lutas.
~CC~