segunda-feira, 3 de novembro de 2008

No tempo em que uma corda bastava...

Por detrás desta porta guardava-se um carro...
Um carro sem motor, admito. Mas, mesmo assim, um carro!

Era por detrás desta porta que o homem das vacas guardava o carro de bois (que era puxado por vacas, claro)!

Na altura não havia ainda nenhum carro com motor na aldeia.
Não sei dizer quanto valeria o carro que esta porta guardava.
Não sei se o seu valor será comparável ao de um pequeno utilitário dos dias de hoje. Mas sei que, mesmo sendo apenas um carro de bois, valeria certamente uma pequena fortuna.

A verdade é que nunca ninguém o roubou. Continua lá! Certamente que as velocidades que conseguia atingir estarão relacionas com este facto. Todos sabemos que os carros potentes e velozes são os mais apetecidos e, diga-se em abono da verdade, aquele não o era muito!

Ter alarme incorporado também deve ter ajudado. Sim, hoje sei porque é que aquelas rodas faziam tanto barulho cada vez que rodavam. Era simplesmente o mais eficiente de todos os sistemas de alarme. O carro não se mexia sem acordar toda a rua primeiro!

Na porta ao lado, também sem chave, embora com um sistema de fecho (ferrolho) um pouco mais elaborado, dormia o motor do carro. Duas vacas grandes e amarelas que, embora não saiba a quantos cavalos corresponderiam, deviam valer também, na altura, outra pequena fortuna.

O mundo era simples no tempo em que uma corda bastava para guardar um carro!

Sem comentários: