segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Olhar


Escrevi sobre ele num dia feliz. Costumo lá ir como quem vai a casa de um amigo. E está certo, como os amigos nos prendem à vida, os nossos poetas também se enleiam connosco nas horas mais amargas e mais doces e não nos abandonam mesmo quando a maré parece levar-nos para longe.

Agora, pela teia, cheguei a mais um lugar na rede e com ele a olhares sobre a natureza pendurados no museu que acho que é um bocadinho meu. Na impossibilidade de poder ir, queria que alguém fosse lá lavar os olhos em beleza por mim.


Um dia talvez...veremos o corpo nu da mulher sonhada pelo João em mil fotografias belas, mas eu prefiro pensar que ele sabe que todos os corpos amados são corpos nus que nos ficam nos dedos.

Tenho algumas fotografias assim, presas nos dedos de alguém e outras de alguém preso nos meus dedos.
~CC~

6 comentários:

Cristina Gomes da Silva disse...

...até 30 de Novembro havemos de arranjar tempo. :)

João Torres disse...

Tens razão ~CC~ Não melhor objectiva que essa! mas nesse caso é ainda mais difícil encontrar o/a "modelo ideal".. Ainda bem que o tens!

Quanto à exposição, concordo com a Cristina.

Teresa Martinho Marques disse...

As teias enleando-se... o Jorge Freixial (autor das fotos) é meu colega... amigo do João. Ao João conheci-o (Presidente da Associação Cultural Sebastião da Gama, da qual o Jorde também faz parte muito activa) numa sessão organizada pela nossa BE no dia do Livro, homenageando SG. Neste dia "de fotos" lá nos cruzámos de novo e... a Teresa Lopes do Talvez uma Península, numa conversa a 3, diz: o João tem um blogue! Vai à Península e segue a ligação. E eu segui. E ainda bem, porque todos nos enriquecemos, mais uma vez, com esta nova descoberta. A blogosfera a dar mundos ao mundo? Abraços e bons começos se seara...

CCF disse...

Pois, concordo com a Cristina, sobre o ideal, não obstante reconhecer a beleza que certos corpos por si só, como se fossem flores, têm.

Mas será sobretudo o teu olhar sobre o corpo do outro que o poderá tornar amado, é coisa construída com o outro quando essa disponibilidade existe. E é doloroso e muito reconhecer quando às vezes simplesmente essa magia já não existe. Acho que então é preciso deixar que o nosso corpo possa ser mesmo só (que afinal já é).

Olha...e nada se "tem"! Só a vida é que nos é conferida assim. Mas não há verdades universais e nem estas são, são só as minhas :)

E ainda a exposição...as coisas estão mesmo complicadas para mim!...mas gostava!
~CC~

Cristina Gomes da Silva disse...

Concordo bastante com a abordagem da CCF. Um corpo ideal é um corpo amado e preso de um (ou num) olhar. O resto é convenção com pouco sentido.

Anónimo disse...

A minha mãe teve o privilégio de andar ao colo do Sebastião. Cá em casa a poesia dele vive. :)

E o professor João Ribeiro, era o meu, de Português no secundário em Palmela! Adorei.

Beijinho,
Madalena.