sexta-feira, 29 de junho de 2007

Bem...dos estudantes (II)



Quando já os julgava incapazes de abrir qualquer porta de tal forma eles tinham começado por fechar umas atrás das outras e o desespero tomava muitas vezes conta da esperança, chegaram sinais diversos.

Eu já não sei dizer se era a preguiça ou o medo que morava dentro deles, nem qual deles morreu primeiro. Muito lentamente parecia que era possível desatar as vontades aprisionadas.


Foram os poetas a abrir as portas, palavras no chão da sala fria, uma canção. No dia em que se cantou aquela canção que é quase feita de silêncio, mudou alguma coisa. Ou talvez tenha sido antes ou depois, nunca sabemos bem qual o momento em que uma relação muda, onde aconteceu o clique.

Hoje abrem as portas para o vento e deixam trilhos pelos locais por onde passam. E logo eles que não gostavam de livros e queriam sempre coisas práticas. Lembro-me de como esta expressão se assemelhava dentro de mim a qualquer coisa como um ataque de nervos à Almodovar. Mas é agora possível colocar um sorriso no lugar onde as lágrimas não se soltavam mas estavam lá.

E desfez-se pouco a pouco a imagem do gelo-era a quase impossibilidade de lhes tocar no que era preciso tocar.

Às vezes vale a pena esperar um pouco antes de escrever a conclusão.

~CC~

1 comentário:

Cristina Gomes da Silva disse...

A verdade é que às vezes deixamos de acreditar. Não devíamos.