sexta-feira, 18 de maio de 2007

Na boca do vento

Às vezes a vida é um privilégio. No ofício da jardinagem é preciso seguir as flores até aos lugares onde podem desabrochar e não só elas nos surpreendem mostrando-se melhor, muito melhor do que o botão deixava adivinhar, como ainda nos trazem elevadores que vivem na boca do vento.
Começar a manhã numa varanda em que os pinheiros se enrolam nas flores e o azul do rio nos entra todo por dentro, a apanhar e a secar a tristeza da alma.
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E se antes os museus eram espaços onde o cinzento tanto espreitava, enchem-se agora de cores com as histórias contadas, as conversas entre os meninos e as animadoras, as pinturas e as danças cheias de gestos e de ritmo. A nau catrineta que tem muito que contar...
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" - Porque é que eles queriam comer o capitão?"
" - Porque ele era o mais mau de todos da nau"
" - Quem é o pai da sereia?"
"- A sereia não tem pai, ou melhor, o pai dela é a nossa imaginação".
-" A nau catrineta é como o Titanic?"
Risos, tantos risos baixinhos, contidos mas alegres.
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E da parede trouxe o verso:
" Puro, suave e rico tejo
com as côncavas barcas que nadando
vão pondo em doce efeito o seu desejo
umas com brando vento navegando
outras com leves ramos brandamente
as cristalinas águas cantando."
Luís de Camões
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~CC~

4 comentários:

Anónimo disse...

Estou a ver rica vida, rica vida.Também tenho de i... Estou a ver rica vida, rica vida.
Também tenho de ir a esse lugar maravilhoso, conhecer a verdadeira história da nau catrineta.
~A-F~

PS: Quero que fique claro que eu não li nada.

j disse...

O elevador já funciona?

CCF disse...

Sim, já funciona! Já tinha ouvido falar, mas nunca tinha lá ido.
~CC~

João Torres disse...

Adoro as tuas crónicas sobre jardinagem..