Há uns anos atrás, por causa de laços e nós que a vida faz e desfaz, precisei de recorrer àquilo que no linguajar dos experts se chama "ajuda especializada". Sempre renitente a estas ajudas que vêm de fora, lá fui e até gostei do "especialista". Era um oficial da escuta, tinha sido treinado para o ser. As minhas perguntas mais constantes passavam sempre por um "mas para quê?", ao que ele, pacientemente, respondia, "não vá por aí, será melhor perguntar porquê?". Dava-me um trabalhão, encontrava tantos caminhos possíveis quantas respostas inconciliáveis, mas andava...e parava... e voltava atrás. Abria e fechava portas e gavetas, algumas com a chave lá dentro. Eram falsas.
O conhecimento é assim feito e a ciência, essa, já não é sagrada. Por isso, lembrei-me a propósito do post da parceira CCF, de um livrinho que li há já algum tempo mas que lhe recomendo: Será preciso queimar Descartes?, de Guitta Pessis-Pasternak, Relógio d'Água. No Prólogo, René Thom - matemático das «catástrofes» ou: a aventura científica em risco de heresia, diz o seguinte: "Cada disciplina arrasta assim os seus «mártires», irritados, frustrados, ignorados pelos sistema de reconhecimento. A comunidade científica, como qualquer outra, é cruel!"
quarta-feira, 4 de abril de 2007
Porquê?...
Publicada por Cristina Gomes da Silva às 12:16
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