Quem me conhece sabe que apesar do "mau feitio" gosto imenso de dar aulas e de descobrir em conjunto com os alunos novos olhares sobre a vida e a educação. Mas, há dias fiquei um bocadinho de "orelha murcha" quando os ouvi dizer que "solidariedade é dar esmola à porta das igrejas" e que "solidariedade é dar sem esperar nada em troca". Argumentei violentamente defendendo que à mistura temos de ter também responsabilidade, reciprocidade, trocas mútuas. Mais adiante na discussão, a propósito do Prémio Nobel da Paz de 2006 e da iniciativa do microcrédito (que a maioria desconhecia) ouvi-os dizer que era "uma espécie de Cofidis"... Hoje de manhã, ao sol, ao longo da A2, ouvi que Mohamed Yunnus estava em Portugal para proferir algumas conferências sobre "O Banco dos Pobres" e pensei que bom seria que eles o ouvissem.
quinta-feira, 22 de março de 2007
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2 comentários:
Pelo que ouvi na rádio, também hoje de manhã, os teus alunos não são os únicos a confundir o micro-crédito com o "Cofidis"... Parece que muita gente os procura só porque quer comprar um novo frigorífico!
Quando a minha pequena era ainda mais pequena, a educadora resolveu levá-los pelo Natal a visitar os meninos da Musgueira. Como os meninos eram "pobres" pediu roupas e brinquedos aos pais para levarem em "oferenda". Quando a pequena voltou perguntei-lhe o que trazia ela dos meninos da Musgueira, o que é que eles lhes tinham dado. E ela indignada: Mãe, eles não me deram nada! Eles são pobres!
(e os pobres minha filha não cantam, não fazem desenhos, não jogam ao berlinde, não...?!)
Está nas tuas mãos acrescentar um pauzinho na engrenagem para ver se eles não enviam cobertores para as zonas quentes de África. E para que se questionem: o que é que eu lá fui receber?
~CC~
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