terça-feira, 13 de março de 2007

O tempo das nossas vidas


"Limites, possibilidades. Bem e mal. São só palavras Eszter. Já pensaste que a maior parte das nossas acções não tem nenhum sentido, nenhuma finalidade? Cumprem-se tarefas, tantas vezes sem utilidade e sem alegria. (...) No fim da vida sentimo-nos terrivelmente cansados de tudo o que possui um objectivo. Sempre me agradaram essas acções para as quais não há uma explicação. (...)Limites!Limites interiores! Mas se a vida é ilimitada! Vê se compreendes. É possível que tenha errado (...). Nunca fui eu a decidir das minhas acções. Afinal, o homem só é responsável pelo que projecta, pelo que quer. O homem só é responsável pelas suas intenções...A acção, o que é? É sempre uma espécie de surpresa arbitrária." Sandór Márai, A herança de Eszter
A propósito da minha amiga que não tem tempo para fazer o que quer, a quem recomendo a leitura deste belíssimo livro do mesmo autor d'As velas ardem até ao fim (do meu ponto de vista menos belo, mas que também vale a pena). Boas leituras, mesmo para quem não lê.

1 comentário:

CCF disse...

Duas ou três coisas para te dizer:
- já viste como conversamos mais desde que não nos lemos aqui neste canto?!
- a estranheza dos meus dias é esta de agora não ter tempo e todos os dias temer vir a ter todo o tempo do mundo, como alguém tonto de luz que tropeça num buraco e por lá fica.
- sabes que os livros podem ser livros contados em vez de lidos? Este Verão, numa noite cheia de lua, alguém me contou a história das "velas ardem até ao fim". E agora já não sei bem se depois li realmente o livro ou se simplesmente guardei a história por a ter achado bela e fantástica.
~CC~