segunda-feira, 19 de março de 2007

O primeiro...

Dia. Dias. No exacto valor de que nada valem. No exacto valor de que não valendo nada alguma coisa valem pela sua simples existência.
Ele foi o meu primeiro amor no masculino sim. Édipos à parte, é afinal o primeiro dos homens com quem lidamos no espaço de uma casa. Trouxe-me o primeiro livro e leu-me a primeira história, também o meu primeiro chocolate. Foi também a minha primeira ruptura, um distanciamento que começou devagar e se tornou quase irreversível, assim sem mais, como quando o silêncio vem devagar comer as palavras do amor. Mas tornou-se um silêncio tão grande que acho que já não me provoca dor. Vejo-o parado nos momentos bons da minha infância e deixo-o estar aí quando me quero lembrar que tive um. Mas sei, vejo e sinto que a paternidade é hoje uma conquista fascinante, uma grande parte dos homens deixou habitar a palavra "pai" de uma ternura ilimitada que os tornou agora maiores e melhores do que antes. Felizes sejam.
~CC~

PS- "Roses for you".

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