quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

(a)trevo-me...

(a)trevo-me a dizer que achei um trevo de quatro folhas.
Não nascem, ao contrário do que nos dizem, no meio dos outros.
Nascem sim de uma outra semente, mais ou menos prima, mais ou menos irmã.
Mas não é por ser raro que gosto dele mas pelo seu tom de verde. Tem um olhar meigo e doce, dobra-se com o vento e quando penso que não vai resistir devolve-me um sorriso e diz que não vai ceder. Pergunto-lhe se veio para me dar sorte. Diz que não, que eu é que sou a sorte dele. Digo-lhe que preciso de sorte e ele responde que sorte é contrário de amor e que tenho que escolher. Fico com o amor. O amor é uma sorte acontecer-nos e isso também é raro, a mim parece-me cada vez mais raro. E frágil, como o trevo verde lindo.
~CC~

Captado em http://www.flickr.com/photos/robertadefelippe/

5 comentários:

João Torres disse...

Tanto amor ~CC~! Linda mensagem para este dia!

Anónimo disse...

Quando aparece é preciso embalá-lo

Anónimo disse...

Olá!

Se gostas de cinema vem visitar-nos em

www.paixoesedesejos.blogspot.com

todos os dias falamos de um filme diferente

Paula e Rui Lima

CCF disse...

Embalar que não é de embalagem...embalar de estreitar entre os braços e abanar suavamente...é um verbo bonito, deve ser por isso que se fazem canções de embalar. Às vezes perco o dom de o fazer.
~CC~

Anónimo disse...

Atrevo-me
a ficar assim tripartido em quatro. Não sei se fale do trevo, se da sorte ou do amor... ou do amador e coisa amada.
Experimentei uma fábula floral entre uma marsilea quadrifolia e uma cattleya labiata em busca de primavera e fui logo advertido com ameaças de extinção. Mas insisto. Um amor valioso é efectivamente raro. É preciso cuidá-lo.
Também guardo o amor.
ºjº