ali já mora gente à noite
ali dormem os dias
ali comem-nos os fins de semana
ali dançam empoladas as roupas nos estendais
ali vêm pôr os animais perdidos
cães e gatos de raça
aves exóticas embrulhadas em trapos
ali anda a publicidade com os mapas
vinda do longe da cidade
no voo de umas quantas motas
ali secam as flores ao jardineiro
contando-as de cuidados
as jornadas de dias anos inteiros
ali não se sonha dorme-se
fica-se de manhã nada se cobra aos dias
dorme-se e anoitece-se dormindo
ou contente com uma carta e medicamentos
ali ainda se ouve a memória
o apelo de uma casa
a fúria do buldozer
batanhando a toda a hora
dali partem dali chegam
familiares muitas vezes
cansados de alegrias
triste se doam a serviços
prestados às burguesias
ali dormem os dias
ali comem-nos os fins de semana
ali dançam empoladas as roupas nos estendais
ali vêm pôr os animais perdidos
cães e gatos de raça
aves exóticas embrulhadas em trapos
ali anda a publicidade com os mapas
vinda do longe da cidade
no voo de umas quantas motas
ali secam as flores ao jardineiro
contando-as de cuidados
as jornadas de dias anos inteiros
ali não se sonha dorme-se
fica-se de manhã nada se cobra aos dias
dorme-se e anoitece-se dormindo
ou contente com uma carta e medicamentos
ali ainda se ouve a memória
o apelo de uma casa
a fúria do buldozer
batanhando a toda a hora
dali partem dali chegam
familiares muitas vezes
cansados de alegrias
triste se doam a serviços
prestados às burguesias
José Ribeiro Marto
in , o longínquo privar dos dias , 20O5
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