domingo, 30 de março de 2008

Monfortinho

Passámos recentemente pelas Termas de Monfortinho. Regressados de Espanha, via Cárceres, atrasámos um pouco o almoço de sábado de Páscoa para vir comer a Portugal. Chegados à pacata localidade, pelo menos neste dia chuvoso, demos umas voltas à procura de local onde comer. Resolvemos estacionar perto do único local que encontrámos aberto que por coincidência era também perto do posto da GNR.

Na sexta-feira passada chega a casa uma carta da GNR de Idanha-a-Nova e antes de abrir tentei lembrar-me se teria andado mais depressa do que devia dentro de alguma localidade ou cometido alguma outra infracção em movimento, uma vez que não tinha visto nenhum papel no para-brisas.

O motivo vinha no interior carimbado a azul:

"O referido condutor estacionou dentro da localidade não se encontrando o mesmo o mais próximo possível do limite direito da faixa de rodagem paralelamente a esta e no sentido da marcha".

Tive que pensar um pouco para admitir que realmente teria que pagar os 30 Euros devidos e assim contribuir para que os agentes do posto atinjam os objectivos que certamente traçaram para este ano. Não deve ser fácil passar multas, no inverno, naquele local e assim perder a mais pequena oportunidade de o fazer deve ser particularmente grave. Na verdade tiveram toda a razão. O veiculo encontrava-se "o mais próximo possível do limite direito da faixa de rodagem paralelamente a esta" mas não no "sentido da marcha". Tento cumprir todas as regras de transito e, mesmo em questões de velocidade, não excedo muitas vezes o limite. Compreendo a importância desta. É muito mais perigoso retirar um veiculo assim estacionado. No meu caso, poderia ter batido em algum dos 10 ou 20 veículos que certamente passaram nesse dia por essa rua.... Não compreendo apenas porque não tive direito a um papelinho no para-brisas. Afinal foi uma multa de estacionamento.

Pagarei a multa, mas duvido que volte a pagar almoços em Monfortinho... Nunca se sabe porque razão serei multado se por lá passar outra vez.

Compreendo que as regras devam ser sempre cumpridas e não apenas quando somos nós a avaliar da sua pertinência ou não. Não compreendo é como, neste caso, possa ter sido também uma medida pedagógica. Não compreendo também a não existência de aviso no carro, uma vez que o quartel estava na mesma rua onde estacionei e que o agente que me multou, ou algum dos seus companheiros, nos viu pegar no carro e sair sem nos apercebermos do risco que tínhamos causado ao fazer tão grave manobra. No mínimo teria vindo alguém mandar parar o transito enquanto retirávamos a viatura.

4 comentários:

Anónimo disse...

Ora, é preciso compreensão!
Então, 'tavam os agentes da autoridade no quartel, aconchegadinhos, e queria que saíssem para pespegar o papelucho no vidro? NUNCA!
Devem ter aguçado a visão de longe e apontado a matrícula! Voilà!...
Um smile de solidariedade :)

Margarida disse...

Olá!

Há muito que não "dava um ar da minha graça" -:))

Monfortinho: Tem graça! Passei lá férias (na época em que tinha 30 dias de férias em Agosto, e não conseguia gozá-los todos)durante 3 anos e nunca vi um polícia.
Mas tudo muda, até a pacata aldeia e as suas «agitadas» Termas, nesta época pascal.

Sinais dos tempos.

Bom trabalho,

fernando ac disse...

o comportamento da autoridade que durante anos se portou como pessoa foi novamente influenciado pelo governo de Pinto de Sousa. A legitimidade conferida pelo novo PS vai infelizmente deixar marcas dificeis de sarar.

Gregório Salvaterra disse...

Já me aconteceu melhor. Há uns anos pernoitei na pacata vila de Constância e estacionei ao fim da tarde e só retirei o carro no outro dia, já manhã alta.
Meses depois recebo uma multa para pagar e, apesar de não ter visto nenhum sinal de estacionamento proibido nem nenhum aviso no pára-brisas, lá paguei para não me chatear. Cerca de 15 dias depois volto a receber a mesma multa para pagar e, julgando tratar-se de um engano, ignorei-a e não pensei mais nisso. Mais tarde fui procurado pela PSP para me identificar e intimar a pagar com agravamento uma multa que não tinha pago. Reclamei julgando ter razão, para a DGV e liguei mesmo para o chefe de divisão da dita e demorei algum tempo a perceber uma coisa afinal tão simples: na pacata vila, a GNR passou à noite e multou e passou de manhã antes das nove e... voltou a multar. São duas multas em dias diferentes. Querem melhor?
Um abraço
JJ