quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Cedo demais

Hoje é dia de relembrar todos os que já partiram. Todos temos alguém que já partiu ou, pelo menos, todos teremos algum dia alguém que partirá cedo demais. Um dia ouvi dizer que a maior dor é ver partir quem, pela ordem lógica do tempo, deveria partir muito depois de nós. Felizmente não consigo imaginar essa dor. Apenas sei que todos teremos um dia alguém que partirá cedo demais, porque as pessoas boas partem sempre cedo demais. Para todos nós haverá um antes e um depois desse último adeus.

Quanto mais me aproximo da idade com que nos deixaste mais tenho a certeza que deverias ainda estar aqui. Às vezes, tento ouvir o teu conselho e saber o que me dirias se te contasse algumas das ideias que me passam pela cabeça... A maioria das vezes, sei que a tua resposta seria o silêncio e, com ele, mais do que a reprovar, aprovarias as minhas decisões que, ambos sabemos, nem sempre são as mais certas!

9 comentários:

Anónimo disse...

E amanhã professor,
é o Dia Deles, dos que já partiram... (que saudades do(s) meu(s)...

Um beijinho,
Madalena.

João Torres disse...

Pois Madalena, tens razão é só amanhã! Bem dizia o título da mensagem "Cedo demais"... Não devia ter faltado tantas vezes à catequese!

Beijinhos
João

Anónimo disse...

Como te compreendo João, este dia é um dia cheio de emoções, andamos de terra em terra para fazer mais uma pequena homenagem, como sinto falta daqueles que já partiram (cedo demais).

Anónimo disse...

Doloroso acto é a recordação? Dolorosa é a sensação de falta ou vazio? Ou o pior é ter pena de não se ter para partilhar? Ter pena que não se esteja cá para partilhar?

Não há um dia específico para pensar nisto, para sentir isto, pois não?

João, um beijinho. Adorei o novo grafismo muito mais legível. Gosto da águia mas não a entendo. É pelo Benfica?

João Torres disse...

Olá Helena,

Penso que a recordação não seja dolorosa, essa até é agradável. O pior é mesmo a partilha!

Quanto à águia não há razão especial... apenas queria por uma foto minha e não gostei de ver uma flor. Tentei com a águia e gostei... até porque está sempre atenta, não vá alguém ler!

Beijinho
João

Karol disse...

Olá...
Parece inevitável, e concerteza por motivos óbvios, encarar a morte como uma coisa menos boa que acontece na vida dos que vão e na vida dos que ficam... O afastamento físico é sempre doloros, e a sensação de vazio provém daí mesmo!... Mas só a título de sugestão, não seria menos doloroso que a morte fosse encarada como um descanso profundo, a partida para uma outra realidade, em que a matéria não é valorizada e o que existe no plano das ideias, do pensamento, dos sentimentos, é que nos oferece a ideia de que realmente podemos partir para um sítio melhor? Também já sofri essa dor... mas tento sempre ser alquimista e transformar "cobre" em "ouro"... Afinal de contas não saberiamos o que é a alegria e a felicidade se não passássemos por estados de dor!... E penso que a experiencia da morte é a que mais nos desafia a assumir essa responsabilidade!... Enfim foi só um desabafo!... Um abraço forte!

João Torres disse...

Olá Diana,
Deves ter razão em muito do que dizes...
Temos que acreditar que sim, que, como dizia Pessoa:

"A morte é a curva na estrada..."

mas... nem sempre é fácil!

Obrigado pelo abraço!
João

paula disse...

É verdade, achamos sempre que é cedo demais para vermos partir aqueles que amamos, porque nunca estamos preparados, nem queremos estar. Enfim...
Gostei muito da àguia, a mim, transmitiu-me tranquilidade e liberdade :)

beijinho
Paula

João Torres disse...

Ainda bem que alguém gostou da águia!

Um abraço aí para os lados do Mondego.