domingo, 30 de setembro de 2007

Terra Conterrânea II


Benguela, Setembro de 2007

É muito cedo que chega a manhã, o sol que neste tempo de fim de cacimbo é quase só claridade, aparece por volta das 5h30m. A partir dessa hora, o movimento de venda acompanha o andar das mulheres e das crianças pelas ruas da cidade, seja que dia de semana for. Os rapazes fazem em casa o gelado de pau e corante de sabor a que chamam picolé e guardam-nos nestes carrinhos coloridos que passeiam como se fossem brinquedos. Quando a freguesia escasseia, eles tornam-se apenas meninos com sede de mergulhos, deixam na areia a pouca roupa que trazem e nadam como peixes. Os carrinhos esperam, os clientes, se aparecerem, também esperarão.

~CC~

1 comentário:

João Torres disse...

É pena que não possam ser meninos mais vezes, sempre até! Não por falta de clientes, claro! Mas, num mundo justo, não deveriam precisar de trabalhar (ou ainda pior fazer a guerra) nessas idades.