quinta-feira, 14 de junho de 2007

Guarda Rios e Estuários (V)


Um homem Almar. Depois deles terem morrido pouco a pouco de uma doença sem nome, procurei sempre encontrar um. Não, não é verdade. Às vezes esqueci-me eu própria da tribo a que pertenci e amei outros homens que em nada se assemelhavam ao que procurava. Ao que procurei sempre mesmo quando deixei de procurar. Os homens Almar estavam longe da perfeição dos princípes mas eram alegremente como as árvores. Davam sombra, alojavam pássaros, viajavam sem sair do mesmo lugar, morriam sem água, tinham braços compridos bons para o amor. Amar em Almar era procurar o melhor leito do rio para ver com o outro a limpidez da água. Havia também o crepúsculo, o modo de se esperar por ele, a melhor altura do dia para fazer amor e de quando em quando fazer nascer dele crianças. Eu vi o amor em Almar mas cresci já na sua perca, por dentro do seu fim. Mas tudo o que inscrevemos na nossa memória tece dentro de nós a teia da qual não poderemos sair.
~CC~

4 comentários:

Gregório Salvaterra disse...

Fica a vontade de ir (par)a esse lugar de tempo e memória Almar.
*jj*

j disse...

Bela foto.

SOBE E DESCE disse...

Esse é um lugar de sonho. Quem dera viver lá

João Torres disse...

Estes teus textos e estas tuas fotos... beijibhos e bom fim-de-semana.