Eu fiz parte dos Almar. Era uma tribo simples cuja função era cuidar de que os rios chegassem sempre ao mar. Era necessário saber que nenhum obstáculo impedia de forma definitiva esse caminho. Admitiam-se os açudes e desconfiava-se das barragens, pelo receio que o desvio do curso da água e a sua retenção impedisse a união necessária das espécies e a fusão do doce com o salgado.
Viviam todos nas proximidades dos estuários, em grandes tendas de lona azul. Os olhos, de cor indistinta, eram líquidos e os cabelos eram quase vermelhos por causa das cores de tingir os panos. As mulheres ocupavam muito do seu tempo neste ofício de tirar o branco dos tecidos e depois vendiam-nos como tapetes de flores nas feiras mais próximas. Eu fui uma criança Almar mas já não cheguei a ser uma mulher Almar. No entanto, continuo a procurar em segredo o curso das linhas azuis nos mapas do futuro. Tenho também ainda o triângulo desenhado com a seiva das árvores.
(talvez continue...)
~CC~
4 comentários:
"procurar... nos mapas do futuro", como as linhas das mãos, nas mãos de uma cigana... que os rios sigam seus cursos até ao mar, pois talvez só possamos mesmo é fazer tapetes de flores... se um deles será mágico? voador-flutuador? deixemos os rios caminhar...
Guardaste a seiva?
Não era Allmar?
Depois, meus amigos, no continuar da história se verá se sou capaz de vos responder. Abraços três.
~CC~
Enviar um comentário