quarta-feira, 23 de maio de 2007

Aprender com a(s) experiência(s)

Ao longo de toda a minha(s) vida(s) profissional(is) muitos têm sido os momentos de paixão profunda cortados de quando em quando com algum desalento. Mas posso dizer que o que a caracteriza mais é a interrogação: as perguntas sobre o sentido e o resultado do que fazemos.

Ao longo destes tempos na formação inicial de professores, psicólogos e animadores fui constatando que não há preparação suficiente nem nunca haverá para enfrentar a vida profissional. O que se constrói são os alicerces, facultam-se as ferramentas, cimentam-se meia dúzia de competências e, sobretudo, fomenta-se o gosto pela necessidade de voar. Depois é a vida que nos ensina tudo, caso sejamos capazes de aprender. Mas para que ela nos ensine é preciso que pensemos sobre ela, que a reflexão se integre no respirar de cada dia. E é muito melhor pensar acompanhado para que os espelhos não se gastem nas miragens sucessivas, sem que outro olhar que não o nosso nos seja devolvido.
Os primeiros anos que são decisivos pela forma como nos socializamos na profissão, como fazemos as primeiras opções e enfrentamos as dificuldades. A nossa principal tarefa, de formadores, devia ser a de estar nesses primeiros anos, estarmos com quem quisesse, numa óptica já diferente em que não há professores e alunos, há mais e menos experientes, há diálogo livre de teias.
Tenho procurado fazê-lo, ainda que de forma muito deficiente, inacabada e pouco profunda. Sábado mais uma vez: Aprender com as primeiras experiências III.
Este rio é também um rio de afectos, mesmo que sinta o seu correr tão solitário, tão despido de mais vozes e mais rostos. Quem sabe pode ser que um dia se juntem outros rios e possamos correr juntos.
E neste caminho, estará sempre a rapariga com nome de flor que comigo iniciou este percurso e hoje caminha por aí algures numa outra batalha. Trabalhar contigo era um prazer.
~CC~
PS- Obrigado Madalena, Eunice, Célia, Isa, Viviana, Alberto e Cristina.

2 comentários:

Anónimo disse...

Só tu! ... para fazeres saltar gotas de água pelos olhos das flores.

Só lembrar que os afectos não se esgotam com distâncias nem horários e que nada é o que parece...

... e lembrar ainda que os afectos estiveram sempre tão presentes em todo este trabalho, mesmo que isso, por vezes, escandalizasse outros!

Embora não possa estar convosco nesse dia fisicamente, estarei convosco SEMPRE ... ;-)

Um enorme abraço e apertado

CCF disse...

Vais fazer muita falta!
Abraço enorme e apertado
~CC~