quinta-feira, 12 de abril de 2007

Outros como nós...

Amostra sem valor

Eu sei que o meu desespero não interessa a ninguém.
Cada um tem o seu, pessoal e intransmissível:
com ele se entretém e se julga intangível.

Eu sei que a Humanidade é mais gente do que eu,
sei que o Mundo é maior do que o bairro onde habito,
que o respirar de um só, mesmo que seja o meu,
não pesa num total que tende para infinito.

Eu sei que as dimensões impiedosas da Vida
ignoram todo o homem, dissolvem-no, e, contudo,
nesta insignificância, gratuita e desvalida,
Universo sou eu, com nebulosas e tudo.

António Gedeão

3 comentários:

j disse...

palavras sábias...

Cristina Gomes da Silva disse...

Bom dia, j! Como estamos de vento hoje? À bolina?

Cristina Gomes da Silva disse...

Eu também acho que ele escrevia palavras sábias. E sabes que mais, acho que conseguiu muito bem fazer a síntese entre a razão e a emoção, de que falávamos no outro dia. Há "tipos" assim, quase completos.