segunda-feira, 23 de abril de 2007

Não consigo escolher

Se pensar bem não consigo escolher, é mesmo l'embarras du choix. Nunca consegui. Acho que é como os amores: todos juntos me fizeram e o presente é sempre o melhor, porque é o que nos ilumina em cada dia até ao dia em que o céu se tornar obscuro... Mas, com os livros é diferente. Há momentos. Li e reli Os Maias, até lhe entender todos os recantos e descortinar todos os fru-frus das sedas da Maria Eduarda. Chorei com o Até amanhã camaradas e quis ser o herói do romance no feminino, ter uma causa e lutar por ela até ao fim. Arrepiei-me com a brisa por onde um deus se passeava pela mão do Mário de Carvalho. Com a Virgínia Wolf deixei-me crescer consciente de muitas coisas num quarto que era só meu. Os do Luís Sepúlveda, levaram-me até ao fim do mundo sempre a ler romances de amor (e outros). Todos os do Richard Zimler me abriram portas para outras leituras do judaísmo. A Sophia sempre luminosa a dizer-me que é preciso viver tudo o que se puder porque O tempo apaga tudo, menos esse longo rastro que o não vivido deixa.
Por isso, não consigo escolher e nomear mais seria demasiado fastidioso. Assim, escolho todos aqueles que me ajudam a ler-me-nos.

1 comentário:

CCF disse...

Obrigado pelo Zimler, depois de encontrar a Sana, fui à procura de Goa e o guardião da aurora e...há muito que não me deslumbrava assim.
~CC~