"Si Boris Cyrulnik était un animal ce serait une abeille. Neurologie, psychanalyse, psychologie, bilogie, anatomie, sociologie, éthologie animale, philosophie ou esthétique: dans tous les domaines du savoir, il fait son miel", Nouvel Observateur, Outubro 2006
Tomei conhecimento das suas teorias há alguns anos. Foi quando precisei de me munir de algumas "armas" para fazer face a uma série de consequências desagradáveis de uma situação que eu não criei. Foi-me apresentado como um "teórico" que escrevia sobre a resiliência. Não sabia o que era mas explicaram-me que era uma expressão "roubada" à física dos materiais e que tinha a ver com a capacidade que alguns materiais têm para sofrer alterações, adaptando-se sem se destruirem. Diferente da resistência porque os materiais resilientes integram os factores de mudança. Aplicado aos humanos já estão aver o que dá: todos nós, dependendo das vivências de cada um e da forma como recebemos e integramos os embates da vida, somos mais ou menos resilientes. Recentemente, li uma longa entrevista que ele deu ao Nouvel Observateur, onde retoma as principais linhas das suas teorias. e onde ficamos a saber que ele próprio é um resiliente. Em 1944, tinha seis anos e estava na Sinagoga de Bordéus quando chegou um camião das tropas nazis para "recolher" os judeus. Desobedeceu às ordens e escondeu-se na casa-de-banho. Quando saiu, nenhum dos rostos que ele conhecia o esperava cá fora. Começou então um périplo, onde de cada etapa saía mais reforçado. O resto foi acontecendo e vale a pena ler a entrevista para percebermos melhor como se pode fazer da desventura um desafio de que, às vezes, podemos sair ganhadores. Retomo, para acabar, uma das frases retiradas da entrevista " Face au malheur, un choix s'offre à nous. Ou bien nous retourner sur notre passé, et le sel des larmes alors nous pétrifie. Ou bien aller vers l'aventure de la vie". E nós, que temos nós andado a fazer da nossa capacidade de resiliência???
quinta-feira, 21 de dezembro de 2006
Boris Cyrulnik
Publicada por Cristina Gomes da Silva às 20:49
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6 comentários:
É um dos conceitos que mais aprecio, enquanto expressão da capacidade humanas de superar a adversidade (pessoal ou colectivamente) . E por isso, há muito que li/leu Boris :)) - gostei da imagem da abelha.
Como há muito me juntava aos que «aqui não leêm», hoje achei melhor comentar... mesmos emt er lido :))
Bom Natal.
Felizmente ou infelizmente sou uma resiliente(isto diz-se?)! Foi mesmo hoje que passei mais um teste destes e tu estavas lá ao lado... desta vez foi pequeno...mas muitos destes pequenos e outros maiores têm-me tornado mais forte mas também mais frágil...não sei qual é o limite, o ponto em que a dor já não nos torna mais fortes...
Natal e resiliência, que relação?
CC
A entrevista de que falas foi também publicada na visão da semana passada.
CC, é bom termos pessoas de quem gostamos ao nosso lado sempre que esses testes aparecem, por pequenos que eles sejam!
Um bom natal, mesmo para aqueles(as) que não gostam particularmente da quadra.
Hoje, acrescentei mais um sentido ao termo partilhar.
Obrigada
Olá,João Torres! Não sei se tens vindo ao teu blog,mas quando vieres... tomei conhecimento deste Sr há uns dias (o que lamento ou não, se aceitar a funcionalidade das coisas temporais; talvez tenha ouvido falar,mas na altura não tenha prestado tanta atenção; que imoprta?. Mas dirigo-me a ti,porque encontrei este blog quando pesquisava sobre ele, no google. Claroque tenho de arranjar as obras dele e ler; mas até lá... sabes mais??? Será que também sou uma "resiliente"? beijos, ana!
Olá Ana,
Nesta altura o blogue era colectivo. Quem escreveu este post foi a CristinaGS que agora podes encontrar num blogue chamado "A poeira dos dias" (O link está ali ao lado)... Ela saberá muito mais sobre o tema que eu!
Beijos
João
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