sexta-feira, 11 de maio de 2007

Meia Praia

Vou ter contigo à tua terra. Tenho que na sombra que deixaste nas paredes brancas da cidade conseguirei encontrar o azul que deixaste na tua poesia. Onde a praia pode ser só meia e o acordar o enlaçar dos limos e o riso dos meninos. Onde quis quase sempre ficar, creio que muito por ti, pelo que de ti adivinhei sempre em cada esquina, em cada onda do mar, em cada lágrima e, é verdade, foram muitas. Mas tu choravas ao meu lado e amparavas o meu lamento como só os poetas mortos sabem fazer. E então eu pegava nas meninas todas, as que eram e não eram minhas e andava com elas pelas rochas, pelas conchas, por dentro da areia e arrancava de cada coisa a mesma força que eu acho que te sustentava. E de tanta força que tirei, conquistei mais e mais sol manso sobre a pele e com esse calor consegui trazer até mim o cavaleiro da dinamarca e a menina do mar. E quando reparei já não eram só eles, tinha a mesa cheia de amigos e era já a Primavera de um ano outro qualquer e eu ria como uma criança e tu gostavas do meu riso. E eu tinha aprendido a dizer "até breve" em cada despedida e chorava agora muito menos.
~CC~

5 comentários:

j disse...

Uma boa viagem para sul. Até breve! :)

João Torres disse...

O amor é lindo!

Cristina Gomes da Silva disse...

Traz-me um búzio...de Cós, mesmo que me digas como ela "Este búzio não o encontrei eu própria numa praia. Mas na mediterrânica noite azul e preta..."

Gregório Salvaterra disse...

Pois é. Os poetas são seres extraordinários capazes de nos arrancar lágrimas e riso e também espadas. Vem a sul e enche-te de mar, menina. Um mar de poesia que te espera com a avidez das abelhas.
(isto das abelhas foi ela que me segredou)
Até já

CCF disse...

Quase de saída só vos venho dizer que me emocionaram vocês quatro! Mas isso é só porque...vocês são luzes e lumes. Até.
~CC~