domingo, 7 de setembro de 2008

Linguagem de jogo, não pescas nada disto!

Passo pelo quarto e encontro-o a jogar no computador. É frequente jogar com um primo que vive no Porto e mais dois amigos que vivem em Vila Nova de Santo André. Marcam hora, como se fossem jogar às cartas e encontram-se os quatro no mundo virtual. Costumam jogar Age of Empires, um jogo que também eu considero muito interessante e que cheguei a jogar sozinho e depois com ele.

Hoje o jogo é outro. Uma simulação de jogos de guerra de que gosto bem menos...

Estranhei a hora e perguntei se estava a jogar só. Vê-lo só a ele no quarto já me diz pouco, a maioria das vezes está acompanhado!

- Não, hoje estou a jogar com dois ingleses e outro que não sei de onde é.
- E como sabes de onde são?
- Eu normalmente pergunto sempre, gosto de saber...
- Perguntas em inglês? "Where are you from?"
- Não pai. Só "from". Linguagem de jogo... "from" chega, toda a gente percebe. Tu é que não pescas nada disto!

Bem pode um pai, que fazia carros com rodas de charrua para descer as encostas da serra com os amigos, tentar entender esta juventude que joga com "amigos" sem saber sempre de onde são utilizando uma linguagem própria...

Não é fácil, não é fácil!

Ps. Descer a serra em carros artesanais de rodas de charrua não é fácil nem isento de perigos... Nem sei se não guardarei ainda uma ou outra cicatriz como recordação desses tempos . Às vezes pergunto-me se jogar com tipos ingleses não terá também alguns perigos. No entanto, para fazermos os carros aprendíamos alguma coisa de carpintaria e sobretudo de espírito de equipa e camaradagem... Quero acreditar que com estes jogos também aprendem algumas coisas!

6 comentários:

CCF disse...

Gostava bem mais das tuas brincadeiras! Não será possível pelo menos misturar infâncias e tempos?
Beijinho
~CC~

Nenúfar Cor-de-Rosa disse...

Penso que sim, são outro tipo de competências, acho que devemos estar abertos a elas e às mudanças dos dias de hoje...não é melhor nem é pior...é diferente! Bj.

Cristina Gomes da Silva disse...

Estou de acordo com a CCF, também prefiro as passadas e não estou nada do lado da diferença que tudo relativiza. Acho mesmo um mau caminho

JOSÉ RIBEIRO MARTO disse...

misturar será difícil, mas acompanhar é preciso , assim vamos pescando qualquer coisa !
Perigoso é reduzir a língua materna ou estrangeira a duas ou três palavras!
abraço! JRMarto

Cristina Gomes da Silva disse...

Sabes que mais, leva-o a ver o mar que inspirou a fotografia do cabeçalho. Já está aí há muito tempo e eu tenho andado distraída, ou mudaste hoje?

João Torres disse...

Mudei hoje Cristina... Gostas?