quarta-feira, 2 de maio de 2007

lua de Maio






O que mais gosto é da transição, do que está entre qualquer coisa, ver, por exemplo, aquele tempo que é ainda dia mas em que noite já se aproxima. Não sei se há identidades puras mas desconfio delas.


Mas agora que é já noite inteira também fico dentro dela, adivinho-a longa que amanhã é novamente dia de exames orais. Oiço a minha filha a dizer-me surpreendida: mãe, mas como é que és tão crescida e és aluna? Quando é que chegas àquele grau em que já não se pode estudar mais? Não há protesto na voz dela, há ternura como se fosse ela a minha mãe e eu estivesse inquieta.

Aproximei-me demais da janela. Olho-a assim cintiliante e bela. Deixo que me encha de brilho. Acompanhava-a da voz rouca do Jorge Palma, ele que a canta tão bem. É uma lua de Maio, não há dúvida.
~CC~

6 comentários:

Gregório Salvaterra disse...

Ela está ali a crescer sobre a avenida e espreita-me curiosa o quarto. Parece que sorve das rosas do quintal o seu cheiro singular.
Se amanhã, a caminho da oral, te cheirar a rosas bravas, já sabes o que aconteceu...
Abraço
JS

j disse...

Boa saída, essa da filhota :) Olha, e que os exames sejam de lua cheia e sorridente!

Anónimo disse...

eu. vim ler.



e voltarei.



bom dia.




(parabéns pela nomeação)


(piano)

Cristina Gomes da Silva disse...

Companheira da lua, os exames só são difíceis para quem não sabe...
Boas estrelas :)

CCF disse...

Obrigada pelos luares e estrelas e rosas. Foi bom e foi duro! Descobri que os neo-marxistas não morrem de amores pelas redes, pois elas enfraquecem o papel do estado e podem colocar em causa a democracia...e...isto é lá conversa de comentário, desculpem, desculpem...
~CC~

Gregório Salvaterra disse...

Os neo-quê?
Olha, muda já para neoblanc gentil. Dizem que tira as nódoas, conserva as cores e é meigo com a roupa delicada.
:)
JJ